sábado, 18 de fevereiro de 2017

Metabolismo do colesterol

CAPITULO 7

METABOLISMO DO COLESTEROL


Catabolismo


Hidrolise

Os esteres do colesterol para serem absorvidos têm de ser hidrolisados em colesterol  e acidos gordos.
 A absorção é auxiliada pelos produtos da hidrolise de outros lipidos como os monogliceridos e ácidos gordos e pelos fosfolipidos e sais biliares.
A hidrolise dos esteres do colesterol é feita pelas colesterol esterases hepática e intestinal 







Na mucosa intestinal a maior parte do colesterol é reesterificada de novo pela sintetase dos esteres do colesterol
A síntese não necessita nem de ATP nem de CoA







O colesterol reesterificado é incorporado nos quilomicra e passa para a linfa, sendo em grande parte reabsorvidos pelo fígado
Aí são hidrolisados por uma colesterol-esterase
Também podem ser resintetizados por uma acil-Coa-colesterol-transferase que necessita de CoA


Sintese


Cerca de metade do colesterol do organismo é sintetizada de novo.
10% é sintetizado no figado, 15 % no intestino e o restante noutros tecidos.
A sintese do colesterol efectua-se no citoplasma e  microsomas a partir de uma unidade de dois carbonos, o acetil-CoA.


Principais etapas

¨      Formação de um composto em C6 (acido mevalonico a partir da combinação de três Ac.CoA
¨      Descarboxilação desta unidade numa unidade em C5, o isopentenilpirofosfato
¨      Combinação de seis unidades em C5 para dar o esqualeno
¨      Ciclização do esqualeno em colesterol
¨      Ciclização do esqualeno em colesterol





Formação do mevalonato

Forma-se hidroximetilglutaril CoA((HMGCoa) pela condensação sucessiva de três moleculas de acetil-CoA 
A reacção é catalisada dela HMG-CoA sintetase origina o hidroximetilglutaril-CoA, reacção já estudada a propósito dos corpos cetónicos
Em seguida o HMG-CoA é reduzido por duas moleculas de NADPH em mevalonato pela acção da HMG-CoA redutase


Formação de isopentenilpirofosfato e do farnesil pirofosfato


Duas fosforilações sucessivas catalisadas por cinases formam o 3,5-bisfosfomevalonato
Este é descarboxilado em seguida pela bisfosfomevalonato descarboxilase
O farnesil pirofosfato pode participar na síntese de outros compostos



Síntese  do esqualeno

O esqualeno resulta da condensação de seis isopentenilpirofosfatos.
Uma isomerase transforma o isopentenilpirofosfato em dimetilalilpirofosfato.
Este condensa-se com um isopentenilpirofosfato para dar geranilpirofosfato, pela acção  da preniltransferases
Outra condensação irá formar o farnesilpirofosfato,catalisada também pela preniltransferase
Dois farnesilpirofosfato condensam-se ao mesmo tempo que são reduzidos pelo NADPH, para dar o esqualeno,reacção catalisada pela esqualeno sintetase


Ciclização do esqualeno

A formula do esqualeno pode conceber.se de um modo que permite antever a sua ciclização
A primeira estrutura cíclica formada é o lanosterol


Formação do colesterol

O lanosterol difere do colesterol por:

  • ·         Três metilos  em excesso
  • ·         Dupla ligação em 8-9 e não em 5-6..A migração da cadeia lateral  origina o desmosterol
  • ¨      Dessaturação da cadeia lateral
No decurso da sua ciclização em lanosterol, a estrutura do esqualeno vai-se apagando progressivamente. A fixação de um hidroxilo sobre o futuro C3, induz um rearranjo da molécula com:

  • ·         Ciclização dos quatro ciclos
  • ·         Deslocamento de dois metilos


Formação de outros compostos

O farnesilpirofosfato é uma placa giratória para a síntese de noutros compostos:

  • ·         Proteínas geranilfosforiladas
  • ·         Ubiquinona
  • ·         Dolicol
  • ·         Proteínas farnesiladas


Regulação


O organismo humano sintetisa 1g/dia de colesterol e consome 0,3.
 O colesterol sintetizado e alimentar é utilizado para a formação  das membranas e sintese de hormonas esteroides e de ácidos biliares, sendo a maior parte do colesterol utilizada para a sintese dos ácidos biliares.
A biosintese do colesterol é controlada essencialmente pela HMG-CoA redutase



ACIDOS BILIARES

Os produtos finais da metabolização do colesterol são os ácidos biliares sintetisados no figado, sendo o principal mecanismo de eliminação do colesterol em excesso.

Diferenças com o colesterol

Comparando com o colesterol  os ácidos biliares apresentam as seguintes diferenças

¨      Isomeria  a em C3
¨      Ausencia de dupla ligação
¨      Existencia de oxidrilos
¨      Cadeia lateral mais curta e oxidada

Para a transformação do colesterol em ácidos biliares é portanto preciso:

·         Desaparecimento da dupla ligação
·         Isomerização do oxidrilo
·         Hidroxilações
·         Amputação e oxidação da cadeia lateral



Ácidos biliares primários e secundários

Os ácidos biliares primários são sintetizados no fígado ao contrário dos secundários que são formados no intestino pela acção das bactérias intestinais

Sintese

Para a sintese dos ácidos biliares o colesterol tem que sofrer as seguintes alterações

¨      Desaparecinento da dupla ligação
¨      Isomerização em C3
¨      Hidroxilação em 7 e 12 para o ácido cólico e em 7 para o quenocolico
¨      Cadeia lateral mais curta e amputada


Síntese dos ácidos biliares primários

O colesterol é inicialmente  hidroxilado em 7a-hidroxicolesterol
Esta reacção é catalisada pela 7 – a – hidroxilase, enzima requerendo oxigénio, NADPH e citocromo P-450
Seguem-se hidroxilações catalisadas  por monoxigenases
Forma-se colil-CoA acrescentando um  OH no C12
Forma-se  o desoxi-colil-CoA por uma 27-hidroxilação
Estas duas reacções necessitam de oxigenio, NADPH e CoA



Síntese dos ácidos biliares secundários

A remoção do oxidrilo em 7 pelas bacterias intestinais transforma o quenocolico em litocolico e o colico em desoxicolico

Conjugação dos ácidos biliares

Os ácidos biliares aparecem na bilis conjugados com a glicocola ou a taurina.
Para a conjugação combinam-se inicialmente com o CoA  e necessitam de ATP
Tambem se podem conjugar com  sulfatos


Circulação enterohepatica

A produção de ácidos biliares pelo figado é insuficiente para preencher as necessidades do organismo.
Para assegurar um fornecimento adequado, os ácidos biliares são reabsorvidos depois de desconjugados voltando para o figado pela veia porta – é a circulação enterohepatica.
Por este processo um pequeno pool de ácidos biliares (3-5 g) é reciclado 6 a 10 vezes com um rendimento  próximo dos 100%









Regulação da sintese

O enzima chave é a  colesterol 7-a-hidroxilase.
A sua actividade é aumentada pelo colesterol e diminuida pelos sais biliares,
A circulação enterohepatica colabora indirectammente na regulação pois quando funciona os sais biliares que retornam ao figado inibem o enzima, e quando não funciona a ausencia estimula-o

Funções dos ácidos biliares


Representam  o único mecanismo de eliminação do colesterol em excesso
Diminuem a tensão superficial emulsionando os lipidos em gotículas de menor diâmetro, o que aumenta a superfície de acção das lipases
Solubilizam o colesterol na bílis
Facilitam a absorção das vitaminas liposoluveis







  


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